domingo, 11 de setembro de 2011

PORTUGAL TAMBÉM SE RENDEU À NARCISA AMÁLIA - VIDA E POESIA

Carta recebida por João Oscar, proveniente de Lisboa, Portugal, em 1995, exaltando a obra "Narcisa Amália - Vida e Poesia". Acervo de Andre Pinto.


Para ver o que escritor da terra lusitana falou da obra de João Oscar, basta ler a própria carta acima. Eu isento este espaço de qualquer outro comentário ou informação...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

IMAGENS DO SAUDOSO JOÃO OSCAR



Foto: O escritor João Oscar sendo destaque de carro alegórico, em homenagem da Escola de Samba Chatuba, em São João da Barra, por suas pesquisas sobre a escravidão no Norte Fluminense.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

CASA DE CULTURA JOÃO OSCAR TEVE EVENTO TURÍSTICO SOBRE PROJETO GEOPARQUE

Foto do SJB ON LINE: Casa de Cultura João Oscar recebendo evento sobre GEOPARQUE. Foto de Isaac Aquino.
* Por Bruno Costa
Uma verdadeira diversidade institucional marcou o encontro para discussão do “Geoparque Costões e Lagunas” que aconteceu na manhã desta sexta-feira, 29, na Casa de Cultura João Oscar do Amaral Pinto, no centro de São João da Barra. Estiveram presentes no evento o secretário municipal de Meio Ambiente, Marcos Sá, o subsecretário da pasta, Alex Firme, o assessor da secretaria, André Pinto – organizador do encontro, o vereador Alexandre Rosa, além da coordenadora do projeto, Kátia Mansur, que é doutora em Geologia pela UFRJ, Gisele Ferolla, da Universidade de Zurique, e Álvaro Cruz, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio de Janeiro.
Houve representação também da ONG Cocidama, da Associação de Hotéis, Pousadas, Bares e Restaurantes (Ashop’s Bar), do Departamento de Recursos Minerais (DRM), Sindicato Rural de São João da Barra, “Ligado no Ambiente” projeto da Andesa, LLX e prefeitura de São João da Barra, Associação de Moradores e Produtores do Quinto Distrito, Conselho Municipal de Cultura, Espaço da Ciência, Projeto Pólen, secretaria de Meio Ambiente de Campos, Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Sustentável, Casa da Ciência da UFRJ, mestranda do IFF com trabalhos sobre a Lagoa Salgada (Caroline Tudesco), Ministério da Ciência e Tecnologia, Petrobras e projeto “Soma”, além do professor e historiador ambiental Aristides Soffiati.
Durante o encontro foi abordada a temática Geoparque e suas finalidades: “São locais com sítios do patrimônio geológico e paleontológico de especial importância científica e serão protegidos de forma sustentável, gerando atividades de geração de renda, principalmente turísticas. Vinculado ao Ministério de Minas e Energia, através do Serviço Geológico, o Projeto Geoparques terá um plano de desenvolvimento regional integrado à realidade local”.
O Geoparque “Costões e Lagunas” já mapeou 144 sítios, entre eles, a importantíssima Lagoa Salgada (ou do Salgado), sítio geopaleontológico situado em São João da Barra, originário do período pré-cambriano com espécies raras como o estromatólito, considerado o único fóssil vivo e que explicaria a origem da vida. Além disso, São João da Barra conta com peculiaridades no quesito patrimônio natural e arquitetônico.
“O projeto fluminense abrange 15 municípios do litoral, de Maricá, na região metropolitana, até São João da Barra, no norte fluminense. A partir deste levantamento faremos um inventário do projeto a ser apresentado à Unesco entre os meses de outubro e dezembro deste ano”, esclarece Kátia Mansur.
Caso aprovado, dará ao país o segundo geoparque das Américas e o 78ª do mundo. O Geoparque de Araripe foi criado em 2006, no Ceará. Os estados de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul também já apresentaram propostas e pleiteiam o selo, que garante reconhecimento mundial, por meio de uma rede global, estimulando o turismo científico e cultural.
O Geoparque oferece a possibilidade de proteção da paisagem e dos monumentos naturais, aliada ao turismo e ao desenvolvimento sustentável, focados em infraestrutura, atividades econômicas na área gastronômica, artesanal, dança, cursos de qualificação para fiscais e guias, eventos literários, científicos e ecológicos.
“Os municípios podem trabalhar com roteiros geoturísticos. Para percorrer o Geoparque Costões e Lagunas um turista fecha um pacote de 15 dias. Para se tornar Geoparque é preciso importância internacional e este tem. Na Lagoa Salgada, por exemplo, existem várias teses internacionais e é bem conhecida no exterior. Os estromatólitos são a evidência do início da vida, foram responsáveis pela atmosfera e são reservatórios do pré-sal, isso pouca gente sabe. É bom lembrar também que precisamos do envolvimento das comunidades no projeto. As pessoas têm que se apropriar e reconhecer sua importância”, ressalta Mansur.
Para André Pinto, São João da Barra saiu na frente: “participamos de diversas reuniões da organização para a criação do Geoparque, além de sermos um dos sete primeiros municípios a fazerem reunião com a sociedade. Nesta reunião de hoje saímos mais fortalecidos ainda”. E acrescenta: “Geoparque é a proteção que teremos relacionadas ao patrimônio e visa incentivar a população local a conhecer e valorizar sua origem. Podemos ter um minimuseu da vida no planeta na localidade do entorno da Lagoa do Salgado com amostra de estromatólitos, filmes, peças teatrais, teses, museu dormitório, internet, artesanato temático, ponto de memória da localidade, reunião para contar "causos", lendas, danças típicas. Um verdadeiro centro cultural na localidade. A Lagoa do Salgado será com certeza a comissão de frente deste Geoparque.”
Segundo André, houve um desdobramento do encontro e ficou acordado com a Casa da Ciência da UFRJ que durante a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia haverá uma parceria com o Núcleo de Educação Ambiental da secretaria municipal de Meio Ambiente e o Espaço da Ciência para formalizar um evento para discutir assuntos relativos à Lagoa do Salgado com os estudantes das escolas municiais do entorno e comunidade.
De acordo com Mônica Terra, da assessoria de imprensa do projeto “Ligado no Ambiente” numa parceria entre a Andesa, LLX e prefeitura, foi gratificante saber que os atrativos naturais de São João da Barra estão inseridos no projeto Geoparque e que ações sustentáveis com esta incentivarão as comunidades do entorno a melhorar a qualidade de vida, preservando o meio ambiente e gerando renda. “Seremos transmissores dessas boas novas à comunidade escolar”, frisa. O projeto “Ligado no Ambiente” trabalha com Educação Ambiental nas escolas e está em fase de construção da Agenda Ambiental Escolar.

domingo, 26 de junho de 2011

CASA DE CULTURA JOÃO OSCAR É INAUGURADA PARA O POVO SANJOANENSE

A HISTÓRIA DO BRASIL COLONIAL É PRESERVADA EM SÃO JOÃO DA BARRA COM A REINAUGURAÇÃO DA CASA DA CÂMARA E CADEIA


















O homenageado (in memoriam) João Oscar do Amaral Pinto

Charge de João Oscar feita por um de seus alunos da FESO - Teresópolis. Crédito do Marcius.
PREFEITURA ENTREGA MAIS UMA OBRA
QUE RESGATA A CULTURA SÃO-JOANENSE 

      A noite do dia 24 de junho, sexta-feira, marcou as homenagens ao padroeiro de São João da Barra, São João Batista, mas também significou mais um passo no resgate da cultura, do patrimônio e das tradições locais, com a inauguração da restauração da antiga Casa de Câmara e Cadeia, realizada com recursos da Prefeitura, sob orientação do Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O prédio, único de São João da Barra tombado pelo Iphan, será o arquivo histórico do Município e recebeu o nome do advogado, professor, escritor e historiador João Oscar do Amaral Pinto, que foi, dentre outros cargos e atividades, secretário de Educação e Cultura do Município.

      Com a restauração da antiga Casa de Câmara e Cadeia, a atual administração pontua novamente sua preocupação com o resgate da história local. A obra realizada pela empresa Conenge, significa a recuperação, em seis anos, do quarto prédio do patrimônio histórico, que estava completamente abandonado quando a prefeita Carla Machado assumiu o governo, em 2005. O primeiro prédio histórico do conjunto arquitetônico foi o Cine Teatro São João, em 2006, ano de seu centenário, após ser adquirido pela Prefeitura. Em seguida vieram a Estação das Artes Derly Machado, na antiga estação ferroviária – aonde funcionou delegacia, DPO da Polícia Militar e um depósito de carros velhos, e posteriormente, o prédio do antigo Grupo Escolar Alberto Torres, tombado pelo Inepac – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, transformado no Palácio Cultural Carlos Martins, inaugurado em 2008.

      Contando com a presença de parentes e amigos de João Oscar, do vice-prefeito Genecy Mendonça, dos vereadores Aluizio Siqueira, líder do Governo na Câmara e Alexandre Rosa, vice-presidente do Legislativo; integrantes do Conselho Municipal de Cultura, como o presidente Rafa Henriques, além de Alex Firme, Sônia Ferreira e Gil Vagner; membros da comunidade cultural, representantes da sociedade civil organizada, secretários municipais e assessores do Governo, além do Padre Gustavo Ribeiro dos Santos e centenas de são-joanenses, a solenidade foi marcada também por homenagens ao arquiteto Marcos Ribeiro Gomes, inicialmente responsável pela restauração e que faleceu no início do ano em um acidente e ao seu irmão e sócio na Conenge, Rodrigo Ribeiro Gomes. A prefeita Carla Machado anunciou que uma das salas levará seu nome, pela dedicação ao trabalho de restauração, tanto na antiga Casa de Câmara e Cadeia como no Palácio Cultural Carlos Martins, antigo Grupo Velho.

      Todo o trabalho de restauração do prédio foi acompanhado de perto pelo Iphan, consistindo na tentativa de preservar o máximo dos materiais originais. Aonde foi necessária a substituição, a Prefeitura buscou o máximo de similaridade a fim de manter as características do prédio, que data de fins do século 18, sendo inaugurado em 1797, época do Brasil Colonial, das Capitanias e do Ciclo do Açúcar. Os traços do Brasil Colônia estão bem marcados no prédio aonde funcionou o poder Legislativo, que naquela época concentrava também as funções do Executivo e do Judiciário. Enquanto que na parte de cima ficava a Casa de Câmara, embaixo era a Cadeia.

      A importância da preservação do patrimônio histórico de São João da Barra foi destaca pela maioria dos oradores da noite. Tanto o secretário de Obras, Alexandre Stefan, como os vereadores Aluizio Siqueira e Alexandre Rosa destacaram o trabalho que vem sendo feito pelo atual governo. Para Stefan “o avanço de uma terra está preservação de sua história e sua cultura”. Já o vereador Alexandre Rosa lembrou que a construção do prédio é do mesmo período em que houve o apogeu da atividade portuária em São João da Barra: “o patrimônio de um povo depende de manter sua história viva. Aqueles que virão terão que se tornar são-joanenses e absorver a cultura local”. Já o vereador Aluizio Siqueira citou que a prefeita tem sido lembrada “por ser uma realizadora de sonhos”, fazendo menção à recuperação dos demais prédios históricos. “Não adianta pensarmos naqueles que virão, se não pensarmos primeiro na nossa cultura e na nossa história”, enfatizou.

      Para o secretário de Educação e Cultura, Antônio Neves, a entrega de um prédio tão importante restaurado pela Prefeitura é um marco na história do Município: “durante a campanha, prefeita, a senhora falava da importância em termos o patrimônio histórico de São João da Barra resgatado. E a senhora está cumprindo mais uma promessa. Parabéns!”, destacou.

      Filho do homenageado, o administrador, ambientalista e historiador André Pinto falou em nome da família, após os agradecimentos de sua mãe, dona Cecília. Segundo André, a prefeita, com a restauração da Casa de Câmara e Cadeia “dá uma chicotada naqueles que tiveram a oportunidade de cuidar da cultura de São João da Barra e não o fizeram”.

      Ao discursar, a prefeita Carla Machado disse que chegou a mudar a Secretaria de Educação de São João da Barra para o prédio, no período em que foi secretária, durante o governo de Genecy Mendonça. Lembrou também que já naquela época demonstrava preocupação com a preservação do patrimônio cultural, com a realização dos festivais de teatro no Cine Teatro São João: “naquela época o prédio não era da Prefeitura. Então, nós íamos para lá, limpávamos e realizávamos os festivais, que movimentavam os nossos artistas e mobilizam a comunidade”, recordou. No mesmo período, Carla foi responsável pela criação do Centro Cultural Narcisa Amália, no antigo mercado, resgatando outro prédio que se encontrava sem utilização.

      A prefeita contou que antes de assumir o governo, via com tristeza o abandono do patrimônio cultural: “a gente chegava pela estrada (BR-356) e via a antiga estação com um muro imenso ao redor, dando lugar à delegacia, ao posto da PM e a um depósito de carros velhos, passava em frente ao Cine Teatro e via que ele não atendia aos seus propósitos, o antigo Grupo Alberto Torres, estava em estado tão precário, que colocaram até tapumes para proteger as pessoas que passavam por ali, com receio de que alguma parte se desprendesse caísse em alguém, chegávamos à antiga Casa de Câmara e Cadeia e víamos o abandono”, lembrou-se.

      Hoje, os prédios restaurados pela Prefeitura, formam um importante circuito turístico cultural, remontando a riqueza histórica de São João da Barra, que já foi uma das cidades mais importantes do Rio de Janeiro, no período em que o porto escoava a produção de cana de açúcar da Região Norte para o Rio e outros países.

     Carla falou do período que antecedeu à restauração do prédio: “tivemos que atender a uma série de exigências do Iphan, refizemos o projeto várias vezes”. Sobre João Oscar, o homenageado da noite – “filho da terra que ganhou o mundo” – a prefeita destacou sua importância tanto para a história de São João da Barra, como de outras cidades, como Teresópolis, aonde se radicou após casar-se com dona Cecília, e foi presidente e diretor da Feso – Fundação Educacional Serra dos Órgãos, presidente da Academia Teresopolitana de Letras, membro do Conselho Municipal de Cultura de São João da Barra e de Teresópolis, além de outras atividades e de ter publicado 15 livros, entre romances e apontamentos históricos.

     Após a restauração da antiga Casa de Câmara e Cadeia, o objetivo da Prefeitura é restaurar o prédio aonde hoje funciona o Fórum. A prefeita anunciou que o Tribunal de Justiça já realizou a licitação para construção do novo Fórum, em um terreno doado pela municipalidade e que pretende transformar a antiga estação ferroviária de Atafona em mais um centro cultural, além de incluir a área do trapiche, às margens do Rio Paraíba, em outro ponto de visitação turística.

     Carla Machado disse também que além da preocupação com a preservação do patrimônio o Município tem outras ações que visam melhorar a qualidade de vida da população, como as inovações que vem sendo implantadas. A prefeita anunciou a inauguração, no próximo dia 4, da Escola Técnica que vai abrigar um Núcleo Avançado do IFF – Instituto Federal Fluminense: “já conseguimos a federalização da nossa Escola Técnica junto ao governo federal e no mesmo dia estaremos lançando um dos mais importantes projetos tecnológicos do Brasil, em parceria com a Unicamp, que está entre as universidades mais importantes do Mundo”, disse.

     Os discursos foram encerrados pelo pároco da Igreja de São João da Batista, padre Gustavo Ribeiro dos Santos, que além da benção ao prédio, deixou uma mensagem importante: “quem ama a sua cidade, não fala mal da sua cidade”. Padre Gustavo disse que anda pela Cidade e vê as mudanças pelas quais ela está passando. “Ainda há coisas a fazer, mas precisamos dar tempo ao tempo”.