sexta-feira, 29 de julho de 2011

CASA DE CULTURA JOÃO OSCAR TEVE EVENTO TURÍSTICO SOBRE PROJETO GEOPARQUE

Foto do SJB ON LINE: Casa de Cultura João Oscar recebendo evento sobre GEOPARQUE. Foto de Isaac Aquino.
* Por Bruno Costa
Uma verdadeira diversidade institucional marcou o encontro para discussão do “Geoparque Costões e Lagunas” que aconteceu na manhã desta sexta-feira, 29, na Casa de Cultura João Oscar do Amaral Pinto, no centro de São João da Barra. Estiveram presentes no evento o secretário municipal de Meio Ambiente, Marcos Sá, o subsecretário da pasta, Alex Firme, o assessor da secretaria, André Pinto – organizador do encontro, o vereador Alexandre Rosa, além da coordenadora do projeto, Kátia Mansur, que é doutora em Geologia pela UFRJ, Gisele Ferolla, da Universidade de Zurique, e Álvaro Cruz, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio de Janeiro.
Houve representação também da ONG Cocidama, da Associação de Hotéis, Pousadas, Bares e Restaurantes (Ashop’s Bar), do Departamento de Recursos Minerais (DRM), Sindicato Rural de São João da Barra, “Ligado no Ambiente” projeto da Andesa, LLX e prefeitura de São João da Barra, Associação de Moradores e Produtores do Quinto Distrito, Conselho Municipal de Cultura, Espaço da Ciência, Projeto Pólen, secretaria de Meio Ambiente de Campos, Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Sustentável, Casa da Ciência da UFRJ, mestranda do IFF com trabalhos sobre a Lagoa Salgada (Caroline Tudesco), Ministério da Ciência e Tecnologia, Petrobras e projeto “Soma”, além do professor e historiador ambiental Aristides Soffiati.
Durante o encontro foi abordada a temática Geoparque e suas finalidades: “São locais com sítios do patrimônio geológico e paleontológico de especial importância científica e serão protegidos de forma sustentável, gerando atividades de geração de renda, principalmente turísticas. Vinculado ao Ministério de Minas e Energia, através do Serviço Geológico, o Projeto Geoparques terá um plano de desenvolvimento regional integrado à realidade local”.
O Geoparque “Costões e Lagunas” já mapeou 144 sítios, entre eles, a importantíssima Lagoa Salgada (ou do Salgado), sítio geopaleontológico situado em São João da Barra, originário do período pré-cambriano com espécies raras como o estromatólito, considerado o único fóssil vivo e que explicaria a origem da vida. Além disso, São João da Barra conta com peculiaridades no quesito patrimônio natural e arquitetônico.
“O projeto fluminense abrange 15 municípios do litoral, de Maricá, na região metropolitana, até São João da Barra, no norte fluminense. A partir deste levantamento faremos um inventário do projeto a ser apresentado à Unesco entre os meses de outubro e dezembro deste ano”, esclarece Kátia Mansur.
Caso aprovado, dará ao país o segundo geoparque das Américas e o 78ª do mundo. O Geoparque de Araripe foi criado em 2006, no Ceará. Os estados de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul também já apresentaram propostas e pleiteiam o selo, que garante reconhecimento mundial, por meio de uma rede global, estimulando o turismo científico e cultural.
O Geoparque oferece a possibilidade de proteção da paisagem e dos monumentos naturais, aliada ao turismo e ao desenvolvimento sustentável, focados em infraestrutura, atividades econômicas na área gastronômica, artesanal, dança, cursos de qualificação para fiscais e guias, eventos literários, científicos e ecológicos.
“Os municípios podem trabalhar com roteiros geoturísticos. Para percorrer o Geoparque Costões e Lagunas um turista fecha um pacote de 15 dias. Para se tornar Geoparque é preciso importância internacional e este tem. Na Lagoa Salgada, por exemplo, existem várias teses internacionais e é bem conhecida no exterior. Os estromatólitos são a evidência do início da vida, foram responsáveis pela atmosfera e são reservatórios do pré-sal, isso pouca gente sabe. É bom lembrar também que precisamos do envolvimento das comunidades no projeto. As pessoas têm que se apropriar e reconhecer sua importância”, ressalta Mansur.
Para André Pinto, São João da Barra saiu na frente: “participamos de diversas reuniões da organização para a criação do Geoparque, além de sermos um dos sete primeiros municípios a fazerem reunião com a sociedade. Nesta reunião de hoje saímos mais fortalecidos ainda”. E acrescenta: “Geoparque é a proteção que teremos relacionadas ao patrimônio e visa incentivar a população local a conhecer e valorizar sua origem. Podemos ter um minimuseu da vida no planeta na localidade do entorno da Lagoa do Salgado com amostra de estromatólitos, filmes, peças teatrais, teses, museu dormitório, internet, artesanato temático, ponto de memória da localidade, reunião para contar "causos", lendas, danças típicas. Um verdadeiro centro cultural na localidade. A Lagoa do Salgado será com certeza a comissão de frente deste Geoparque.”
Segundo André, houve um desdobramento do encontro e ficou acordado com a Casa da Ciência da UFRJ que durante a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia haverá uma parceria com o Núcleo de Educação Ambiental da secretaria municipal de Meio Ambiente e o Espaço da Ciência para formalizar um evento para discutir assuntos relativos à Lagoa do Salgado com os estudantes das escolas municiais do entorno e comunidade.
De acordo com Mônica Terra, da assessoria de imprensa do projeto “Ligado no Ambiente” numa parceria entre a Andesa, LLX e prefeitura, foi gratificante saber que os atrativos naturais de São João da Barra estão inseridos no projeto Geoparque e que ações sustentáveis com esta incentivarão as comunidades do entorno a melhorar a qualidade de vida, preservando o meio ambiente e gerando renda. “Seremos transmissores dessas boas novas à comunidade escolar”, frisa. O projeto “Ligado no Ambiente” trabalha com Educação Ambiental nas escolas e está em fase de construção da Agenda Ambiental Escolar.